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terça-feira, 21 de dezembro de 2010

A importância da tradição islâmica na história da arte

A importância da tradição islâmica na história da arte é imensa, particularmente, na península ibérica, região que por séculos, em sucessivas conquistas e reconquistas, ocuparam povos que a criaram. Conseqüentemente, as áreas colonizadas por Espanha e Portugal, sofreram forte influência. Na arquitetura é incontestável a intervenção árabe, um legado que se propagou e influenciou os vários estilos arquitectónicos presentes nestes países.

A Península Ibérica fica situada no Sudoeste da Europa. É formada por dois estados: Portugal e Espanha e o território ultramarino de Gibraltar cuja soberania pertence ao Reino Unido.

Motivos e temas da arte islâmica
Quando se evoca a expressão "arte islâmica", frequentemente julga-se estar perante uma arte desprovida de representações figuradas, constituída unicamente por motivos geométricos e arabescos. No entanto, existem numerosas representações de figuras animais e humanas na arte islâmica, que surgem sobretudo em contextos não religiosos.

As fontes principais da doutrina islâmica são o Alcorão e os ditos do Profeta Muhammad (ahadith, plural; singular:hadith). Estas duas fontes nada mencionam sobre a representação de figuras na arte; o que é fortemente condenado é a idolatria e o culto de imagens.

Alcorão ou Corão (em árabe قُرْآن, transl. al-qur’ān, "a recitação") é o livro sagrado do islamismo. Os muçulmanos creem que o Alcorão é a palavra literal de Deus (Alá) revelada ao profeta Maomé (Muhammad) ao longo de um período de vinte e très anos. A palavra Alcorão deriva do verbo árabe que significa declamar ou recitar; Alcorão é portanto uma "recitação" ou algo que deve ser recitado.

Quando o profeta Muhammad conquistou Meca em 630 um dos seus primeiros actos foi destruir os ídolos que se encontravam na Kaaba, que o Alcorão informa terem sido estátuas inspiradas por Satanás. Uma tradição afirma que Muhammad ordenou a destruição de todas as pinturas religiosas que se achavam naquele edifício, com excepção de uma pintura da Virgem Maria com o menino Jesus.



A partir do século IX, verifica-se uma censura da representação figurada, que alguns investigadores atribuem à influência de judeus convertidos ao islão. A partir desta época considera-se que o acto de representar um animal ou um ser humano é o assumir por parte do artista do papel de criador que se acredita que deva estar reservado unicamente a Deus.

As religiões desempenharam um importante papel no desenvolvimento da arte islâmica. Neste domínio enquadra-se evidentemente a religião muçulmana, mas igualmente outras religiões que os árabes encontraram aquando das conquistas territoriais. Apenas no século XIII o mundo islâmico tornou-se maioritariamente muçulmano, tendo outras religiões legado o seu contributo para a formação da arte islâmica: o cristianismo (na região que se estende do Egipto à Turquia), o zoroastrismo (mundo iraniano), o hinduísmo e o budismo (na Índia) e o animismo no Magrebe.

A idéia de infinito e a tendência à imaterialidade, reflexos da crença na eternidade, do desprezo pela vida terrena e da vontade de superar os limites do mundo real, nortearam a arte que se desenvolveu em todos os territórios conquistados pelo Islã.

A arte islâmica abrange a literatura, a música, a dança, o teatro e as artes visuais de uma vasta população do Oriente Médio que adotou o islamismo a partir do século VII. Em sentido estrito, a arte dos povos islâmicos inclui apenas as manifestações diretamente surgidas da prática religiosa. É comum, no entanto, que o termo abarque todos os gêneros da arte produzida pelos povos muçulmanos, associada ou não à religião.

Artes visuais. De variedade estilística e virtuosismo técnico extraordinários, a arte visual islâmica é decorativa, colorida e, no caso da religiosa, não figurativa. A decoração islâmica característica é conhecida como arabesco, um ornato que emprega desenhos de flores, folhagens ou frutos -- às vezes, animais, esboços de figuras ou padrões geométricos -- para produzir um desenho de retas ou curvas entrelaçadas. Esse ornamento é empregado tanto na arquitetura quanto na decoração de objetos.

A cerâmica, o vidro, os tecidos, a ilustração de manuscritos e o artesanato em metal ou madeira têm sido de importância fundamental na cultura islâmica. A cerâmica constituiu a mais importante das primeiras artes decorativas dos muçulmanos. Na decoração da louça de barro esmaltado, a maior contribuição islâmica para a cerâmica, empregam-se compostos metálicos nos esmaltes, que, quando queimados, transformam-se em películas metálicas iridescentes. Outros objetos cuja produção se destacou durante o período dos califados (do século VII ao XI) são o bronze e a madeira entalhada do Egito, os estuques do Iraque e o marfim entalhado da Espanha.

No período seldjúcida (do século XI ao XIII), manteve-se a importância da cerâmica, dos tecidos e dos vidros. Além disso, objetos utilitários de bronze e latão eram incrustados com prata e cobre e decorados com desenhos complexos. A ilustração de manuscritos também se tornou uma arte bastante respeitada, e a pintura em miniatura foi a maior e mais característica manifestação artística do período que se seguiu às invasões dos mongóis (1220-1260).

O Islã considera a palavra escrita o meio por excelência da revelação divina. Por essa razão, a arte caligráfica se desenvolveu de forma rica e complexa, empregando uma ampla variedade de elegantes caracteres cursivos. A caligrafia era usada também como importante elemento decorativo na arquitetura e em peças utilitárias.

Tapeçaria. Os mais belos tapetes de toda a história da arte são persas e datam dos séculos XVI e XVII. Foram produzidos em Tabriz, Kashan, Herat e Isfahan, na dinastia dos sefévidas. Feitos de lã, seda e outros materiais, os tapetes persas, a exemplo do que ocorrera séculos antes com os turcos, tiveram grande aceitação no Ocidente. Os temas são variados, mas predominam cenas de caçada e combate, não raro de origem chinesa. Em Agra, Lahore e algumas cidades da Índia, onde também foram produzidos tapetes de inspiração persa, desenvolveu-se um estilo de ornamentação floral tipicamente indiano e mongol, de temática naturalista.

Literatura. No Islã, a literatura se desenvolveu principalmente em quatro línguas: árabe, persa, turco e urdu. O árabe é de extrema importância como a língua da revelação do Islã e do Alcorão, que os muçulmanos consideram epítome da excelência literária. A poesia árabe, cujos elementos básicos foram herdados de modelos pré-islâmicos, é monorrima (todas as linhas apresentam a mesma rima) e de métrica complicada (sílabas longas e curtas arranjadas em 16 métricas básicas).

Há três gêneros poéticos principais: o gazel (ghazal), geralmente um poema de amor, que tem de cinco a 12 versos monorrimos; o qasida, um poema de louvação com vinte a mais de cem versos monorrimos; e o qita, uma forma literária empregada para lidar com aspectos da vida cotidiana.

Os persas aperfeiçoaram os gêneros, formas e regras da poesia árabe e adaptaram-nos a sua própria língua. Desenvolveram também um novo gênero, o masnavi (composto de uma série de dísticos), empregado na poesia épica, desconhecida dos árabes. A literatura persa, por sua vez, influenciou tanto a literatura urdu quanto a turca, especialmente no que se refere ao vocabulário e à métrica. A Turquia também tem uma rica tradição de poesia popular. A literatura islâmica compreende ainda textos em prosa, de cunho literário, didático e popular. O gênero que caracteriza a prosa islâmica é o maqama, em que uma narrativa relativamente simples é contada de maneira complicada e elaborada, com metáforas e jogos de palavras. No domínio da literatura popular, a obra mais conhecida é As mil e uma noites, uma rica coleção de fábulas de diferentes partes do mundo muçulmano.

Música. Destituída de harmonia, a música islâmica caracteriza-se por sistemas próprios de ritmo e melodia, intensa ornamentação da linha melódica única e improvisação virtuosística. Ritmos e melodias são organizados de acordo com certas convenções. A melodia é ornamentada com o uso de intervalos microtonais.

Dança e teatro. Prejudicados pela questão teológica da representação humana e do perigo da idolatria, a dança e o teatro não tiveram, no mundo islâmico, a mesma expressão que os outros gêneros de arte. Houve, no entanto, uma forte tradição de dança folclórica na maioria dos países muçulmanos. A dança também se manifestou como espetáculo de entretenimento e, principalmente na Pérsia, como forma de arte.

O teatro floresceu no Islã sobretudo como um gênero de entretenimento popular, particularmente em representações burlescas e jogos de silhueta. Recebeu apoio dos otomanos na Turquia, e, na Pérsia, um gênero de drama popular teve grande aceitação. Também se vinculou à religião, como ocorreu no Irã e em outras regiões de concentração de xiitas, onde surgiu um tipo de auto baseado em lembranças das guerras sangrentas dos primeiros anos do Islã.


fonte: Diversas fontes de pesquisa, entre elas, Wikipedia, a enciclopédia livre.

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